domingo, 8 de dezembro de 2019

FRUSTRAÇÕES

Tenho sim meus momentos frustrações como os períodos de alegria ou tristezas. Cada dia experimento diversos sentimentos e sensações.
Tudo ficou mais leve para mim, quando deixei de romantizar a vida, colocando minhas expectativas nas alturas. Agora, curto o cotidiano e minhas vitórias singelas e individuais.
Estou amadurecendo e aprendendo a gostar deste meu jeito prosaico de ser.
Na juventude, queria ser gigante ou com super poderes. Hoje, percebo que para se libertar, preciso conhecer minhas limitações. Sou finito.
Ao mesmo tempo que precisamos nos valorizar, não podemos nos afogar no ego. Existe a necessidade de encontrar a intercessão entre a sonho e a realidade.
Ainda estou na travessia... "Caçando-me" por aí

COLECIONADOR DE VAZIOS



Desde que me entendo por gente, acúmulo vácuos.


Porém, como o passar do tempo, comecei a me equilibrar nas margens dos abismos de nada e cultivei boas memórias e sentimentos. Preenchi-me, apesar dos vazios em mim.

De repente, os penhascos que não continham nada, começaram a se modificar. Tornaram-se um refúgio, onde eu podia me esvaziar para voltar a sentir outra vez.

Ser colecionador de vazios não é uma maldição como pensava antes, pelo contrário, benção, também.

domingo, 17 de novembro de 2019

Se Adão e Eva não comessem a maçã...

Eu não existiria. Sou imperfeito demais para viver no paraíso. Ao mesmo tempo que sou " demasiado humano", há uma essência divina em mim, tornando-me uma criatura híbrida-iminente-transcendência. O fruto proibido pode ser uma benção para que o ser humano viva na complexidade do mundo carnal e espiritual simultaneamente, encontrando na fé e na palavra o equilíbrio para o turbilhão de sensações. Graças a maçã e a serpente, sou um esboço repleto de salvo rasuras e em tempos. A cada dia aprende um pouquinho de mim. Continuarei minha jornada até virar pó ao vento.

sábado, 31 de agosto de 2019

Medusa

Desde pequeno me diziam que era um monstro que transformava qualquer um em pedra ao olhá-la.

Mas, descobri uma outra versão do mito. Medusa era uma sacerdotisa linda e virgem, cuidadora do templo de Atena. Foi seduzida ou estuprada por Poisedon e Atena por vingança a transformou num monstro com cabelos de serpente. Perseu com ajuda de Atena, matou a criatura no seu covil. Quando ela  morreu, deu à luz ao Pegasus e um gigante dourado, Crisaor. 

Bem fiz um resumo breve, mas, a questão é de como há várias versões de mitos e histórias, as quais fazem pensar sobre quem é o vilão e o mocinho? Medusa era má ou vítima do abuso dos Deuses Gregos? Perseu foi herói ou alguém manipulado pelos poderosos divinos? Em quem acreditar? Sempre existirá a versão dos vencedores e vencidos? E qual é o nosso papel? Deixar-se ser manipulado ou questionar constantemente, encaixando as diferentes versões para tentar ver o todo.

domingo, 30 de junho de 2019

Melancolia no domingo


Desde que me entendo por gente, sinto uma tristeza quando chega o domingo. Experimento, uma preguiça dolorida que não conseguia raciocinar. Significava que tudo começaria de novo.

A origem de tudo está no ingresso à escola. Desde pequeno, quando o domingo avançava, os pensamentos de acordar cedo me paralisava de preguiça. Inclusive, com o passar do tempo, eu postergava meus deveres e escrevia qualquer coisa para driblar os professores. Inventava números e colocava como resposta sim, não, talvez. Além de não ter um bom relacionamento com meus colegas de escola, nunca pertenci a nenhum grupo. Sempre fui um peixe fora d’água.

Hoje em dia, tento superar a tristeza dominical. Mas, as lembranças continuam vivas, martelando em mim e, constantemente tropeço nas mesmas pedras no meio do caminho. Talvez, não seja burrice, faz parte da natureza humana e se descobrir repetir os mesmos erros, é um caminho para se tornar um indivíduo melhor.

Dizem que escrever liberta, quem sabe este texto mal escrito seja um passo e, com o passar dos anos, o Domingo se torne mais um dia, para mim. Sem o mal-estar que me assola há décadas.
Concretizar em texto meu mal-estar dominical é uma forma de amadurecimento.


sexta-feira, 14 de junho de 2019

DESTRUIR É FRAQUEZA


Destruir pode dar uma falsa sensação de extravaso ou gozo. Mas, a insatisfação e a impotência continuam a assombrar. 

Talvez, quando você depreda um ponto de ônibus, sente-se poderoso e depois? A sua vida melhora?


A depredação não vem da potência. Emerge na fraqueza de não saber lidar com as frustrações.


Não adianta quebrar as coisas com raiva, continuará sendo um perdedor, que desistiu de argumentar, para se refugiar na barbárie. 


Cada vez mais estamos nos tornando homens-bomba emocionais, os quais explodem tudo que se vê pela frente.


Estamos miseráveis de corpo e alma e nos agarramos a qualquer sensação momentânea.



quarta-feira, 1 de maio de 2019

Meu quinhão


Gente, me ajudem, por favor. Preciso entrar num esquema bom. Por que esse lance de ser trabalhador honesto não está com nada! É desvalorizado e ainda é chamado de acomodado e burro porque não juntou o suficiente para fazer uma previdência privada e nem investiu em bolsas de valores, com a finalidade de aproveitar a velhice.
Enfim, quero me dar bem, pelo menos, uma vez na vida. Até aceito ser laranja para contribuir ao patriotismo. Já que uma cor laranja na nossa bandeira é melhor que a vermelha, não é mesmo?
Sou um homem de moral e bons costumes; defensor da família tradicional brasileira e muito religioso. 
Mereço uma boquinha, usurparam-me de mim a vida inteira. Chega! Basta! Quero meu quinhão!