quarta-feira, 16 de setembro de 2015

NOVAMENTE



Ontem assisti novamente ao filme Cisne Negro e a história mostra brilhantemente como na arte não adianta só uma técnica apurada, mas necessita passar emoção também.
Nina é uma jovem bailaria exemplar e com o domínio dos passos e saltos, só que não consegue transmitir emoção. Quando consegue o papel principal do Cisne Negro, sente dificuldade de fazer a irmã gêmea má, pois não consegue sensualizar, mesmo desempenhado bem a personagem da irmã boa que é transformada em um cisne.
Nina não consegue lidar com o fracasso e tem distúrbios psicológicos e psíquicos. Na verdade, ela quer desempenhar o papel da boa menina e aluna aplicada, mas a profundeza de seu inconsciente prega peças nela. Ela se depara com outra Nina, mais selvagem e obscura.
Quantos de nós somos que nem Nina, tentamos ficar na superfície das máscaras sociais e não nos adentramos no fundo do mar para encontrar a verdadeira individualidade?
Nina achava que os outros queriam prejudicá-la, porém era ela sua pior inimiga. Na verdade, projetava-se nos outros. Talvez, se aceitasse fragmentada e não somente a boa garota, ela fluiria melhor como bailarina. Poderia até se tratar com um psiquiatra para melhorar de seus distúrbios e até de uma possível esquizofrenia...
Por isso, faço o oposto de Nina e admitido minhas fraquezas e obscuridade. Assim, fico alerta em relação às armadilhas de meu inconsciente.


sábado, 12 de setembro de 2015

sobrevivência



Quando fui jogar o lixo, vi duas pombas disputando território. No início, arrependi-me por não ter levado o celular para tirar foto. Mas, talvez, foi melhor assim, para que eu pudesse digerir a imagem e não só fotografa-la sem pensar. Fiquei aterrorizado com a violência das duas pombas, criaturas aparentemente frágeis. Elas lutavam pela sobrevivência e entrei em contato com a brutalidade viva, a qual é completamente pura sem nenhum tipo de moral. Até as plantas disputam entre si por espaço. Observar esta violência genuína me deixou sem ação e só olhava fixamente aos dois pássaros e pensando que eu a tenho, também, dentro de mim. Principalmente, com a finalidade de manter minha sobrevivência. As pombas e eu estamos no mesmo barco e este fato me apavora.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A HUMANIDADE AINDA TEM ESPERANÇA

Hoje percebi que o ser humano ainda tem esperança. Quando atravessava a rua, assustei-me ao ver uma senhora quase ser atropelada. Ela ficou nervosa e não conseguia se mover. Um homem ajudou-a completar a travessia. Pois é, há vários casos assim, em que anônimos viram heróis e ajudam o outro sem nenhum tipo de interesse. Fiquei até com vergonha, poderia ter ajudado à senhora também. Mas, na hora, fiquei sem ação e além do mais sou uma pessoa falha. Confesso minhas imperfeições. Muitas vezes, sou antissocial, mal humorado e distraído. Assim, tento encara-las de frente, sem somatiza-las. Não quero mais usar uma máscara para agradar ninguém. Enfim, a humanidade ainda tem jeito, não somos pecinhas programadas pelo sistema, ainda existe a espontaneidade individual que faz diferença no mundo.